A vaca já foi pro brejo
A
vaca já foi pro brejo
(Tião
Carreiro/Lourival dos Santos/Vicente P. Machado)
Mundo
velho está perdido
Já não
endireita mais
Os filhos de
hoje em dia já não obedece aos pais
É o começo do
fim
Já estou
vendo sinais
Metade da
mocidade estão virando marginais
É um bando de
serpente
Os mocinhos
vão à frente, as mocinhas vão atrás
Pobre
pai e pobre mãe
Morrendo de
trabalhar
Deixam o coro
no serviço pra fazer filho estudar
Compra carro
a prestação
Para o filho
passear
Os filhos
vivem rodando fazendo pneu cantar
Ouvi um filho
dizer
O meu pai tem
que gemer, não mandou ninguém casar
O
filho parece rei
Filha parece
rainha
Eles que
mandam na casa e ninguém tira farinha
Manda a mãe
calar a boca
Coitada fica
quietinha
O pai é um
zero à esquerda, é um trem fora da linha
Cantando
agora eu falo
Terreiro que
não tem galo, quem canta é frango e franguinha
Pra
ver a filha formada
Um grande
amigo meu
O pão que o
diabo amassou o pobre homem comeu
Quando a
filha se formou
Foi só
desgosto que deu
Ela disse
assim pro pai: “quem vai embora sou eu”
Pobre pai
banhado em pranto
O seu
desgosto foi tanto que o pobre velho morreu
Meu
mestre é Deus nas alturas
O mundo é meu
colégio
Eu sei
criticar cantando, Deus me deu o privilégio
Mato a cobra
e mostro o pau
Eu mato e não
apedrejo
Dragão de
sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no
fim do respeito
Mundo velho
não tem jeito, a vaca já foi pro brejo
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