domingo, 20 de julho de 2014

3ª série A - Ensino Médio.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5

CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES?

Significado da expressão “choque de civilizações”.
A  ideia de “choque de civilizações” foi frequentemente retomada para explicar os conflitos entre Ocidente e Oriente. Ainda em 1964, Bernard Lewis, um professor universitário britânico pouco conhecido, lançou a expressão que ficaria famosa. Se, por um lado, esta passou despercebida durante a década de 1960, por outro, foi relançada por ele 25 anos depois na forma de um artigo, The roots of muslim rage (“As raízes da cólera muçulmana”).

Regionalização do mundo, com base na teoria do “choque de civilizações” de Samuel P. Huntington.

Em 1993, Samuel P. Huntington, economista estadunidense, retomou a fórmula do “choque de civilizações” em um célebre artigo que escreveu para a revista Foreign Affairs. O texto fez tanto sucesso e despertou tanta polêmica que levou o seu autor a ampliá-lo e, em 1996, Huntington publicou o livro O choque de civilizações  e a recomposição da ordem mundial, publicado no Brasil no ano seguinte (tradução de M. H. C. Côrtes. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997. 455 p.).
O contexto geopolítico em que surgiu e seu significado: o postulado de Samuel P. Huntington na obra indicada constitui um esforço de compreensão do mundo e do novo quadro das relações internacionais emergente da implosão soviética, depois que as tensões políticas da velha ordem bipolar deixaram de subordinar um ou outro bloco ideológico.
O autor propôs o paradigma civilizacional como modelo, assumindo que é as várias identidades culturais do mundo que modelam as coesões, as desintegrações e os conflitos em uma Nova Ordem Mundial pós-guerra fria, em que, inclusive, Estados se aliam, ou não, em função dos sentimentos de pertencimento civilizacional.

Exemplos de  fatos que são considerados como resultados de “choque de civilizações”

Ø  “Os aviões que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, e a marcha das tropas estadunidenses sobre Bagdá refletem tragicamente esse estranhamento e introduzem, na política mundial, o espectro do ‘choque de civilizações’”.
 O significado do sentimento de estranhamento nesse caso é o de aversão a alguém ou a algo    que não se   conhece, ou seja, os atentados e a invasão ao Iraque induzem à ideia de que o Ocidente e o Oriente apresentam diferenças culturais intransponíveis, o que não é de todo verdadeiro. Por isso, os autores enfatizam a ideia de espectro, palavra que tem o significado de fantasma ou ilusão do “choque de civilizações”.

Ø  Os protestos ocorridos na França em 2005, quando jovens imigrantes depredaram espaços públicos como forma de protesto às condições sociais degradantes nas periferias de Paris, foram em princípio relacionados diretamente como expressão do “choque de civilizações”, pois grande parte das populações que habitam as periferias de Paris é do Oriente. Porém, os protestos tiveram um significado político, questionador da exclusão social e do neoliberalismo intolerante.

Será que podemos considerar a obra (livro) comentada como sendo bastante atual? Promova uma reflexão. Lembre-se que, desde o fim da Guerra Fria, a maioria das guerras ocorre entre povos de civilizações diferentes (pense-se, por exemplo, no conflito Israel-Palestina, as Guerras do Golfo, na desintegração da antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia, a instabilidade na Caxemira, na luta pela independência na Chechênia ou mesmo na atual presença anglo-americana no Iraque).
            Com base num trecho que se encontra na página 317 da obra de Edward Said,            considere que este autor interpretou a teoria de Huntington como uma versão renovada da tese da Guerra Fria, pois entende que os conflitos do mundo atual e do futuro continuarão a ser essencialmente ideológicos, mais do que econômicos e sociais.

1.   Leia o texto a seguir
O crítico literário e ativista da causa palestina Edward Said critica a tese de “choque de civilizações” defendida por Huntington. Para ele, essa ideia deve ser considerada uma política de estado que visa reestruturar a estratégia ocidental tendo em vista afirmar sua autoridade sobre o Oriente, envolvendo interesses de dominação.

a) Considerando as medidas tomadas por George W. Bush após o 11 de setembro de 2001, quais interesses os EUA teriam ao incentivar a ideia de “choque de civilizações”?
Entre inúmeras possibilidades, podemos citar o interesse de convencer a população estadunidense da necessidade da invasão aos países do Oriente Médio que, segundo o governo dos Estados Unidos, dão suporte ao terrorismo; interesses com relação ao petróleo, fonte de energia ainda vital para a economia dos Estados Unidos; e desejo de fortalecimento da política de combate ao “eixo do mal” que, de acordo com a doutrina Bush, investe na tecnologia de fabricação de bombas atômicas.

b) Considerando as discussões realizadas durante a aula sobre a ideia de “choque de civilizações”, quais os interesses que os países do Ocidente teriam no Oriente Médio?
Edward Said enfatiza o princípio da dominação global, considerando os interesses hegemônicos e econômicos atrelados como, por exemplo, no caso das reservas de petróleo.


2. Leia o texto a seguir
O sociólogo anglo-americano Michael Mann, professor da Universidade da Califórnia, em seu livro O Império da incoerência, afirma que o mundo deveria saber que o governo de George W. Bush adota o novo imperialismo. Para ele, as políticas estadunidenses quanto a Kioto, minas terrestres, Guerras nas Estrelas, Iraque e Irã não são ocasionais e isoladas. Todas elas fazem parte de uma estratégia desencadeada pela nova direita estadunidense, desde os anos 1970, para que se construa o Império Americano Global, vislumbrado primeiramente como teoria e, depois de 11 de setembro, e durante todo o governo de Bush, como realidade.

a) Qual a intenção do autor ao afirmar que o mundo deveria saber que o governo
de George W. Bush adotou um novo imperialismo?
O sociólogo Michael Mann argumenta que o Partido Republicano, do ex-presidente George W. Bush, iniciou em 1970 uma estratégia política alicerçada na nova direita dos Estados Unidos, por meio da qual se cristalizou a ideia de um império estadunidense em escala mundial. Assim, a posição estadunidense com relação a temas de alcance mundial não é ocasional e isolada, mas parte de uma política de poder unilateral, posição solitária que desconsidera acordos de caráter multilateral.

b) Considerando os argumentos defendidos por Michael Mann, ele seria favorável
ou desfavorável à tese do “choque de civilizações” de Huntington? Justifique
a sua resposta.
Os argumentos apresentados por Michael Mann são contrários à tese do “choque de civilizações”. Para Mann, o governo de George W. Bush, representante da nova direita estadunidense, comportou-se de forma isolacionista, o que incita reações em diversas partes do mundo

c) Considerando o atual momento da política dos Estados Unidos, é possível afirmar que esse país ainda desenvolve uma política imperialista? Justifique sua resposta.
A eleição de Barack Obama representou uma mudança no perfil da política externa dos Estados Unidos ao romper com os preceitos da nova direita do Partido Republicano, defensora de ações unilaterais e maniqueístas. Certas atitudes tomadas pelo governo – como a de propor o fechamento da Base de Guantánamo, em Cuba, a defesa do direito ao Estado palestino e a retirada progressiva das tropas estadunidenses no Iraque – são exemplos contundentes dessas mudanças.


Na seção.Você aprendeu?  Leia o texto.
Em 30 de setembro de 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou 12 charges associando Maomé ao terrorismo. Em seguida, outros 50 jornais em todo o mundo republicaram os desenhos. Não tardou para que fortes polêmicas e reações eclodissem nas comunidades muçulmanas, adentrando o ano de 2006, causando, em alguns casos, ofensivos ataques motivados pela indignação diante da forma irônica como a cultura muçulmana e o profeta Maomé foram retratados. Em todo o mundo, as principais agências de notícias publicaram os inúmeros efeitos que se seguiram à larga divulgação daquelas imagens: a retirada dos embaixadores saudita e sírio da Dinamarca, os boicotes por parte dos países islâmicos aos produtos dinamarqueses, os protestos, incêndios e problemas diplomáticos em países da Europa (como na Dinamarca, Suécia, Noruega e Áustria), como também de outros continentes (como na Nova Zelândia, no Egito, na Indonésia, na Turquia e na Tailândia). Em 13 de fevereiro de 2008, cinco grandes jornais dinamarqueses voltaram a publicar as charges depois que foi descoberto um plano para assassinar um de seus desenhistas; novamente, não faltaram reações em meio à comunidade muçulmana espalhada pelo mundo.
(Elaborado por Sérgio Adas especialmente para o São Paulo faz escola)


Com base no texto e na imagem:
a) Discorra sobre o contexto de surgimento e o significado da expressão “choque de civilizações”.
A expressão “choque de civilizações” adquiriu grande repercussão no contexto de incertezas da Nova Ordem Mundial, logo após o fim da Guerra Fria (1947-1991), quando o mundo se deparou com a eclosão de conflitos isolados, motivados por rivalidades étnico- religiosas e culturais, contidos em sua maioria por regimes totalitários, como na ex-União Soviética e na antiga Iugoslávia. Em particular, essa “chave” de interpretação do novo quadro das relações internacionais emergente da implosão soviética adquiriu grande notoriedade com a publicação da obra O choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial, do economista estadunidense Samuel P. Huntington, em 1996. Defende-se nela que o futuro da humanidade poderá ser determinado pelo confronto entre diferentes civilizações, com a adesão a religiões e características culturais comuns.

b) Aponte, ao menos, duas críticas que são dirigidas à teoria do “choque de civilizações”.
A teoria do “choque de civilizações” possui limitações quando contraposta à realidade geopolítica mundial, expressando uma visão reducionista diante das verdadeiras causas de muitos conflitos em curso.
Por exemplo, outros especialistas não concordam com a tese de Huntington (Edward Said, Noam Chomsky, John Esposito, entre outros), pois vinculam os conflitos à imposição de um modelo geopolítico e econômico controlado pelos países ricos e suas corporações (disputa por recursos vitais, por exemplo, como o petróleo)


8ª séries B eC

                                        Situação de Aprendizagem 5

CIDADANIA E JUSTIÇA

Declaração Universal dos Direitos Humanos
Base legal
Documento é a base da luta universal contra a opressão e a discriminação, defende a igualdade entre as pessoas e reconhece direitos humanos

História
Quando a Declaração Universal dos Direitos Humanos começou a ser pensada, o mundo ainda sentia os efeitos da Segunda Guerra Mundial, encerrada em 1945.
Outros documentos já haviam sido redigidos em reação a tratamentos desumanos e injustiças, como a Declaração de Direitos Inglesa (elaborada em 1689, após as Guerras Civis Inglesas, para pregar a democracia) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (redigida em 1789, após a Revolução Francesa, a fim de proclamar a igualdade para todos).
Depois da Segunda Guerra e da criação da Organização das Nações Unidas (também em 1945), líderes mundiais decidiram complementar a promessa da comunidade internacional de nunca mais permitir atrocidades como as que haviam sido vistas na guerra. Assim, elaboraram um guia para garantir os direitos de todas as pessoas e em todos os lugares do globo.
O documento foi apresentado na primeira Assembléia Geral da ONU em 1946 e repassado à Comissão de Direitos Humanos para que fosse usado na preparação de uma declaração internacional de direitos. Na primeira sessão da comissão em 1947, seus membros foram autorizados a elaborar o que foi chamado de “esboço preliminar da Declaração Internacional dos Direitos Humanos”.
Um comitê formado por membros de oito países recebeu a declaração e se reuniu pela primeira vez em 1947. Ele foi presidido por Eleanor Roosevelt, viúva do presidente americano Franklin D. Roosevelt. O responsável pelo primeiro esboço da declaração, o francês René Cassin, também participou.
O primeiro rascunho da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que contou com a participação de mais de 50 países na redação, foi apresentado em setembro de 1948 e teve seu texto final redigido em menos de dois anos. 

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 1948 na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base da luta universal contra a opressão e a discriminação, defende a igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta.
Os direitos humanos são os direitos essenciais a todos os seres humanos, sem que haja discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade ou por qualquer outro motivo (como religião e opinião política).
Eles podem ser civis ou políticos, como o direito à vida, à igualdade perante a lei e à liberdade de expressão.
Podem também ser econômicos, sociais e culturais, como o direito ao trabalho e à educação e coletivos, como o direito ao desenvolvimento. A garantia dos direitos humanos universais é feita por lei, na forma de tratados e de leis internacionais, por exemplo.

Fonte:
Ministério da Justiça


Caros alunos, essa Situação de Aprendizagem já foi explicado, comentado e realizamos os exercícios de colagem de figuras de exemplos sobre o temas abordados no caderno do aluno.O texto acima é para que você tenha uma melhor compreensão sobre os direitos sociais que todo ser humano tem, porém nem sempre respeitado. Então, leia com atenção!

 Registre suas conclusões no Caderno do Aluno e também aqui.
1-) O que vocês sabem sobre direitos humanos?


2-) Em sua opinião, quais são os direitos básicos que deveriam estar garantidos para
todas as pessoas?

3-) Você acredita que todas as pessoas têm esses direitos assegurados?




terça-feira, 15 de julho de 2014

Brics dão sinal verde a banco de desenvolvimento e fundo de reservas
Os Brics - fórum integrado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul - deram sinal verde à criação de um banco de desenvolvimento e de um fundo de reservas conjuntos durante a VI Cúpula que realizam nesta terça-feira em Fortaleza.

Os ministros de Fazenda das cinco nações emergentes assinaram o tratado constitutivo do Acordo de Reservas de Contingência (CRA, na sigla em inglês) e do Novo Banco de Desenvolvimento, que terá sede na cidade de Xangai, na China, conforme anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff.
O primeiro conselho de governadores ficará a cargo da Rússia, o primeiro conselho de diretores será brasileiro, e o presidente, indiano. Já o escritório terá sede na África do Sul.
O banco terá capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias, e cada membro contribuirá com um quinto deste valor. A entidade será destinada ao financiamento de projetos de infraestrutura dos países fundadores, mas também poderá oferecer capital a outros países em desenvolvimento como mecanismo financeiro alternativo.
Já o fundo (CRA) terá capital inicial de US$ 100 bilhões e poderá ser utilizado pelos Brics diante de "contingências financeiras". Para este valor, a China contribuirá com US$ 41 bilhões, Rússia, Brasil e Índia com US$ 18 bilhões cada, e a África do Sul com US$ 5 bilhões.
A criação dos dois órgãos financeiros representa um desafio ao controle do Ocidente sobre as finanças globais, moldado na reunião de Bretton Woods em 1944 na qual nasceram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM).

Segunda presidência será do Brasil
O Ministério da Fazenda confirmou nesta terça-feira que o Brasil terá a segunda presidência de banco do Brics, depois do primeiro mandato da Índia.

O anúncio foi feito durante a 6ª Cúpula do Brics, em Fortaleza, onde também foi divulgado que a sede do banco será em Xangai.

Depois do Brasil, assumirão a presidência da instituição Rússia, África do Sul e China.

 Siga o Yahoo Notícias 15/07/2014

sábado, 12 de julho de 2014

Virando a página

Muito já se falou sobre a derrota do Brasil na Copa, inclusive sobre o sofrimento das crianças e o aprendizado diante da dor. Foram eleitos os culpados. Falou-se das questões emocionais, do "apagão" diante da responsabilidade. Das improvisações. Da falta de preparo.
O próprio técnico, Felipão, disse que quem aceita desafio corre riscos. Era ele um ídolo por ter sido o técnico do penta. E agora? É incrível como alguém deixa de ser ídolo para ser vilão de uma hora para outra. E vice-versa. O goleiro Júlio Cesar, tão criticado, virou herói no jogo contra o Chile.
O país parou para ver seu time jogar. Os jogadores tinham a responsabilidade de vestir a camisa com as estrelas de pentacampeões do mundo. E perdemos. E sofremos. Mas é preciso virar a página.

No dia do jogo, virando as páginas de um livro, deparei-me com uma história escrita pelo afegão Atiq Rahimi: "Terra e cinzas". Um conto comovente sobre a guerra. Quase um recital em defesa da paz.

A história se passa entre um avô e seu neto. Toda a família morreu na guerra. As bombas dilaceraram as vidas em que corriam os mesmos sangues. O avô busca seu filho junto com o neto, que busca o pai. Saem juntos em meio à poeira da estrada, inundados pelas lembranças dolorosas, mas com esperança. A criança ficou surda nos bombardeios. Mas não sabe.

Acha que a guerra roubou a voz do avô. E, sem voz, o avô não poderá mais contar as histórias que tanto embalaram seus dias felizes. E segue o livro. E segue a vida. Há problemas sérios a serem enfrentados pela humanidade. As guerras que persistem. As tantas formas de violência. Os preconceitos. As dores vividas por famílias carentes de tudo. O calvário do atendimento à saúde. O desperdício de talentos por causa de uma educação que não educa.

Que as derrotas nos sirvam de aprendizagem, mas que não nos paralisem, não nos roubem a voz. Há outras páginas a serem lidas, a serem escritas, a serem vividas.

Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 11/7/2014
Foto de Izaias S. Martins Spinola expressando o seu amor por nossa cidade. — com Fernando Kubo.

domingo, 6 de julho de 2014

FERIADO 9 DE JULHO

Propaganda política do período. O "MMDC" se remete aos jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mortos em 23 de maio de 1932


No dia 09 de julho, São Paulo comemora a Revolução Constitucionalista de 1932. A data, transformada em feriado civil em 1997, marcou o início de um dos principais episódios da história do estado. Sua importância está evidente em toda a cidade: duas avenidas carregam nomes que remetem à revolta (9 de julho e 23 de maio) e monumentos como o Obelisco do Ibirapuera prestam homenagens ao mártires da chamada “Guerra Paulista.”
A Revolução foi um levante armado da população de São Paulo que, entre os meses de julho e outubro de 1932, combateu as tropas do governo federal. A reivindicação central do movimento era a destituição do governo provisório de Getúlio Vargas, que dois anos antes assumira o poder no país, fechando o Congresso Nacional e abolindo a Constituição. O levante é chamado de “constitucionalista” porque São Paulo pedia a promulgação de uma nova constituição federal.
A empreitada militar paulista foi mal sucedida: as tropas do estado perderam a guerra, sufocadas pela superioridade numérica e técnica do exército brasileiro. Mas sua luta não foi completamente em vão: dois anos depois, em 1934, o governo central promulgava uma nova constituição, mostrando que a revolta conseguira, ainda que tardiamente, atingir seu principal objetivo declarado.
Mas o impacto da Revolução de 32 não se restringiu apenas ao campo da política: o levante foi também um dos principais marcos da formação da identidade paulista. Apoiada na ideia de que o estado é o “carro chefe” da nação, as elites locais aproveitaram o sentimento de união gerado pela revolta para reforçar seu discurso sobre o suposto “espírito” do povo de São Paulo. Dessa forma, elementos que vinham sendo construídos havia anos – como as ideias de pioneirismo e nobreza paulista – foram reforçados pelo poder ideológico da Revolução.
Desde seus primórdios, essa “paulistanidade” esteve impregnada pelo discurso racista. O levante de 32 serviu para reforçar essas ideias, elevando certas populações à categoria de “povo paulista” – como os imigrantes italianos, até então discriminados – e rebaixando outros grupos, como os afrodescendentes e os migrantes do Norte e Nordeste do país.
Os historiadores Marco Cabral dos Santos e André Mota, no livro São Paulo 1932 – memória, mito e identidade recentemente lançado pela Alameda Editorial, deram especial ênfase ao papel da medicina na construção desse discurso: além de políticos e intelectuais do período, foram médicos e biólogos que tentaram justificar pela ciência a inferioridade racial de negros e nordestinos.
Atualmente, a Revolução Constitucionalista de 1932 continua sendo um tema controverso da historiografia nacional. Há um enorme número de livros e artigos que discutem o assunto, e a memória da “Guerra Paulista” continuam em disputa pelos mais diversos grupos.



sexta-feira, 4 de julho de 2014

InfoEnem


Posted: 03 Jul 2014 10:20 AM PDT
Escrever não é uma tarefa fácil; escrever um texto nota 1000, no Enem ou em qualquer vestibular, é mais difícil ainda, pois o candidato deve preocupar-se com a proposta de redação, em atingir as expectativas das bancas elaboradora e corretora e em redigir, no nosso caso, uma dissertação-argumentativa que supere a média de seus concorrentes, já que o único meio de adentrar às universidades brasileiras é, ainda, os processos seletivos.
O processo de ensino-aprendizagem da produção textual é eterno: começa na alfabetização e não para mais, pois sempre iremos aprender coisas novas em relação a escrita, já que em cada momento de nossas vidas e em cada esfera de circulação social (esfera íntima, escolar, acadêmica, profissional, científica etc) devemos escrever diferentes gêneros e tipos textuais.
No momento de prestar o Enem e outra prova que requer uma dissertação-argumentativa, este tipo textual é o objetivo e, na publicação de hoje, daremos dez orientações para que você, leitor, escreva uma redação nota 1000. São dicas em relação a aspectos fundamentais e importantes que, por sua vez, devem ser levados em conta na preparação e no dia dos exames.
1. Estética: uso adequado das margens, das linhas e limpeza
Quando a professora nos anos iniciais do Ensino Fundamental insistia em entregarmos textos limpos e alinhados, aposto que muita gente reclamava e pensava ser isso uma bobagem, mas ela tinha toda a razão. A estética é um aspecto essencial em uma redação, pois ela deve ser legível para o corretor e para qualquer leitor. Além disso, usar as margens da folha definitiva da prova é fundamental para o melhor aproveitamento da mesma, pois perder espaço por não usar adequadamente as margens e não saber espaçar parágrafos, por exemplos, são erros primários que não podem ser cometidos por alunos de nível Médio.
2. Título significativo e introdução que apresenta o tema com eficiência
Apesar do Enem, em seu Guia do Participante 2013, afirmar que o título é um item opcional, acreditamos que ele é parte integrante de uma dissertação-argumentativa e deve sim ser colocado e de maneira significativa, de modo que chame a atenção do leitor e que estabeleça algum tipo de relação com o que foi dito na redação.
Como você, candidato ao exame, deve ter em mente que todo e qualquer leitor deve ler e compreender seu texto, e não apenas o corretor, o tema deve ser apresentado a ele, na introdução, com eficiência, pois o leitor deve conhecer a proposta de redação por meio do seu texto. Assim, a introdução deve, como o próprio nome diz, introduzir de forma clara e objetiva o tema da proposta de redação ao leitor.
3. Adequação ao tema e à proposta com estabelecimento de relações com outras situações e leituras
Toda e qualquer redação deve estar escrita de acordo com o tema e com o recorte estabelecidos pela proposta. Textos que fogem ao tema, parcial ou totalmente, demonstram que o candidato não entendeu o que era para ser feito. Atender à proposta de redação é o mínimo que se espera de uma redação.
Textos acima da média superam as expectativas por trazerem relações e estratégias argumentativas inesperadas no bom sentido, de forma singular, pois traçam paralelos, comparações, exemplificações do tema com outras situações e leituras.
4. Dados na dissertação: há escolha dos elementos da proposta, argumentos críticos e relações consistentes
No entanto, não basta relacionar o tema com outras situações, leituras e diversas áreas do conhecimento se isto não é feito de maneira consistente. Há textos que trazem muitas informações, mas nada dizem, de fato, pois não foi realizada, por parte do autor, uma escolha adequada dos elementos da proposta e, consequentemente, os argumentos não são críticos e as relações consistentes. O “menos” é “mais”: esta máxima para a moda serve também para redações.
5. No desenvolvimento, a utilização dos recursos coesivos é sofisticada, clara e diversificada
Esta dica é semelhante à competência do Enem acerca dos recursos linguísticos empregados na redação. Os efeitos de sentido devem estar postos de maneia sofisticada, clara e diversificada.
6. Há coerência interna e externa, ótima articulação e progressão adequada entre as ideias (paragrafação)
O texto deve ter coerência interna (entre as ideias nele contidas) e externa (entre ele e a realidade, ou seja, ser verossímil), ser articulado e ter progressão, isto é, fazer sentido para o leitor.
7. A concordância, regência e colocação estão de acordo com a norma culta da língua
Toda a redação deve estar escrita segundo a norma culta da Língua Portuguesa e isso significa, dentre outras coisas, seguir regras de concordância, regência, conjugação verbal, ortografia, acentuação, colocação etc.
8. Vocabulário variado, demonstrando uso pessoal do léxico e boa adequação gramatical
O candidato ao Enem deve demonstrar ter um vocabulário diversificado e adequado ao tema proposto, sem repetição excessiva de palavras.
9. A conclusão retoma a tese e explora adequadamente as estratégias de finalização
Conclusão que retoma a tese, como já abordamos em outras publicações, é apenas uma das maneiras de se concluir uma dissertação-argumentativa. O importante em relação a conclusão é que esta parte do texto, de fato, finalize-o da melhor maneira possível.
10. Cumprimento do tipo e/ou gênero, com adequação à estrutura textual
A prova de redação do Enem requer uma dissertação-argumentativa e, assim, o candidato deve escrever este tipo textual. Não adianta atender ao tema se não escrever o tipo textual ou o gênero exigido.
Até a próxima semana!


*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).
**Camila também é colunista semanal sobre redação do infoEnem. Um orgulho para nosso portal e um presente para nossos milhares de leitores! Seus artigos serão publicados todas às quintas-feiras, não percam!

Veja a melhor maneira de estudar para o Enem 2014

    Artigo Original: Dez orientações para uma dissertação-argumentativa nota 1000 na redação do Enem Baixe gratuitamente o e-Book: Manual do Enem 2014 / Gabarito do Simulado Enem 2014
Posted: 03 Jul 2014 07:56 AM PDT
Amanhã, sexta-feira (03), será divulgada a relação com os nomes dos candidatos aprovados na segunda chamada do ProUni (Programa Universidade para Todos). O evento é referente ao segundo processo seletivo deste ano de 2014, cujas bolsas serão válidas já para este segundo semestre.
Os resultados serão divulgados em três canais diferentes: no próprio site do ProUni, na instituição em que o candidato pleiteia a bolsa e na central de atendimento do Ministério da Educação (MEC), pelo telefone 0800 616161 (ligação gratuita). Vale lembrar que é de inteira responsabilidade dos candidatos a consulta dos resultados, o cumprimento dos prazos estabelecidos, além do acompanhamento de eventuais alterações.
Os estudantes convocadas nesta chamada terão período que segue até a próxima sexta-feira (11) para comparecer na faculdade / Centro Universitário para apresentar toda a documentação necessária para comprovação das informações prestadas no ato da inscrição, bem como providenciar matrícula na instituição, se for o caso.
Já para aqueles que não forem pré-selecionados nesta etapa do processo, haverá a possibilidade de integrar a lista de espera para concorrer a enventuais vagas remanescentes (não preenchidas) no curso de sua primeira opção. A participação na lista de espera do ProUni 2014.2 deverá ser confirmada online, no próprio sistema do programa, entre os dias 21 e 22 de julho, de acordo com ocalendário oficial.
O ProUni consiste num programa do MEC que oferece bolsas de estudos parciais e integrais para estudantes de baixa renda em instituições privadas de ensino superior, utilizando sempre as notas da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério único para seleção dos beneficiados.

Veja a melhor maneira de estudar para o Enem 2014

    Artigo Original: Resultado da 2ª chamada do ProUni 2014.2 será liberado amanhã Baixe gratuitamente o e-Book: Manual do Enem 2014 /Gabarito do Simulado Enem 2014