sexta-feira, 2 de maio de 2014

3ª série A- EM


Situação de Aprendizagem 5

Choque de Civilizações!

A ideia de “choque de civilizações” foi frequentemente retomada para explicar os conflitos entre Ocidente e Oriente. Ainda em 1964, Bernard Lewis, um professor universitário britânico pouco conhecido, lançou a expressão que ficaria famosa. Se, por um lado, esta passou despercebida durante a década de 1960, por outro, foi relançada por ele 25 anos depois na forma de um artigo, The roots of muslim rage (“As raízes da cólera muçulmana”).

O contexto geopolítico em que surgiu e seu significado: o postulado de Samuel P. Huntington na obra “Choque de Civilizações” indicadas constitui um esforço de compreensão do mundo e do novo quadro das relações internacionais emergente da implosão soviética, depois que as tensões políticas da velha ordem bipolar deixaram de subordinar um ou outro bloco ideológico.

Desde o fim da Guerra Fria, a maioria das guerras ocorre entre povos de civilizações diferentes ( por exemplo, no conflito Israel-Palestina, as Guerras do Golfo, na desintegração da antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia, a instabilidade na Caxemira, na luta pela independência na Chechênia ou mesmo na atual presença anglo-americana no Iraque).

“Os aviões que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, e a marcha das tropas estadunidenses sobre Bagdá refletem tragicamente esse estranhamento e introduzem, na política mundial, o espectro do ‘choque de civilizações’”
O significado do sentimento de estranhamento nesse caso é o de aversão a alguém ou a algo que não se conhece, ou seja, os atentados e a invasão ao Iraque induzem à ideia de que o Ocidente e o Oriente apresentam diferenças culturais intransponíveis, o que não é de todo verdadeiro. Por isso, os autores enfatizam a ideia de espectro, palavra que tem o significado de fantasma ou ilusão do “choque de civilizações”.

A estreita  relação entre os atentados de 11 de setembro de 2001 e os protestos desencadeados por jovens imigrantes ocorridos na França em 2005, quando jovens imigrantes depredaram espaços públicos como forma de protesto às condições sociais degradantes nas periferias de Paris, foram em princípio relacionados diretamente como expressão do “choque de civilizações”, pois grande parte das populações que habitam as periferias de Paris é do Oriente. Porém, os protestos tiveram um significado político, questionador da exclusão social e do neoliberalismo intolerante.

                                   Leitura e análise de texto
Para sistematizar os conteúdos desenvolvidos, o Caderno do Aluno apresenta as seguintes propostas de atividades:

1.     Leia o texto a seguir.
O crítico literário e ativista da causa palestina Edward Said critica a tese de “choque de civilizações” defendida por Huntington. Para ele, essa ideia deve ser considerada uma política de estado que visa reestruturar a estratégia ocidental tendo em vista afirmar sua autoridade sobre o Oriente, envolvendo interesses de dominação

1-) Considerando as medidas tomadas por George W. Bush após o 11 de setembro de 2001, quais interesses os EUA teriam ao incentivar a ideia de “choque de civilizações”?

a-) Entre inúmeras possibilidades, podemos citar o interesse de convencer a população estadunidense da necessidade da invasão aos países do Oriente Médio que, segundo o governo dos Estados Unidos, dão suporte ao terrorismo; interesses com relação ao petróleo, fonte de energia ainda vital para a economia dos Estados Unidos; e desejo de fortalecimento da política de combate ao “eixo do mal” que, de acordo com a doutrina Bush, investe na tecnologia de fabricação de bombas atômicas.

b) Considerando as discussões realizadas durante a aula sobre a ideia de “choque de civilizações”, quais os interesses que os países do Ocidente teriam no Oriente Médio?
Edward Said enfatiza o princípio da dominação global, considerando os interesses hegemônicos e econômicos atrelados como, por exemplo, no caso das reservas de petróleo.

c) Considerando o atual momento da política dos Estados Unidos, é possível afirmar que esse país ainda desenvolve uma política imperialista? Justifique sua resposta.
A eleição de Barack Obama representou uma mudança no perfil da política externa dos Estados Unidos ao romper com os preceitos da nova direita do Partido Republicano, defensora de ações unilaterais e maniqueístas. Certas atitudes tomadas pelo governo – como a de propor o fechamento da Base de Guantánamo, em Cuba, a defesa do direito ao Estado palestino e a retirada progressiva das tropas estadunidenses no Iraque – são exemplos contundentes dessas mudanças.


2-) O sociólogo anglo-americano Michael Mann, professor da Universidade da Califórnia, em seu livro O Império da incoerência, afirma que o mundo deveria saber que o governo de George W. Bush adota o novo imperialismo. Para ele, as políticas estadunidenses quanto a Kioto, minas terrestres, Guerras nas Estrelas, Iraque e Irã não são ocasionais e isoladas. Todas elas fazem parte de uma estratégia desencadeada pela nova direita estadunidense, desde os anos 1970, para que se construa o Império Americano Global, vislumbrado primeiramente como teoria e, depois de 11 de setembro, e durante todo o governo de Bush, como realidade.

a-) Qual a intenção do autor ao afirmar que o mundo deveria saber que o governo de George W. Bush adotou um novo imperialismo?
O sociólogo Michael Mann argumenta que o Partido Republicano, do ex-presidente George W. Bush iniciou em 1970 uma estratégia política alicerçada na nova direita dos Estados Unidos, por meio da qual se cristalizou a ideia de um império estadunidense em escala mundial. Assim, a posição estadunidense com relação a temas de alcance mundial não é ocasional e isolada, mas parte de uma política de poder unilateral, posição solitária que desconsidera acordos de caráter multilateral.

b-)  Considerando os argumentos defendidos por Michael Mann, ele seria  favorável ou desfavorável à tese do “choque de civilizações” de Huntington? Justifique a sua resposta.
Os argumentos apresentados por Michael Mann são contrários à tese do “choque de civilizações”. Para Mann, o governo de George W. Bush, representante da nova direita estadunidense, comportou-se de forma isolacionista, o que incita reações em diversas partes do mundo.


3-)  Leia o texto e observe a imagem que o acompanha.
 Em 30 de setembro de 2005, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou 12 charges associando Maomé ao terrorismo. Em seguida, outros 50 jornais em todo o mundo republicaram os desenhos. Não tardou para que fortes polêmicas e reações eclodissem nas comunidades muçulmanas, adentrando o ano de 2006, causando, em alguns casos, ofensivos ataques motivados pela indignação diante da forma irônica como a cultura muçulmana e o profeta Maomé foram retratados. Em todo o mundo, as principais agências de notícias publicaram os inúmeros efeitos que se seguiram à larga divulgação daquelas imagens: a retirada dos embaixadores saudita e sírio da Dinamarca, os boicotes por parte dos países islâmicos aos produtos dinamarqueses, os protestos, incêndios e problemas diplomáticos em países da Europa (como na Dinamarca, Suécia, Noruega e Áustria), como também de outros continentes (como na Nova Zelândia, no Egito, na Indonésia, na Turquia e na Tailândia). Em 13 de fevereiro de 2008, cinco grandes jornais dinamarqueses voltaram a publicar as charges depois que foi descoberto um plano para assassinar um de seus desenhistas; novamente, não faltaram reações em meio à comunidade muçulmana espalhada pelo mundo.

Elaborado por Sérgio Adas especialmente para o São Paulo faz escola
Com base no texto e na imagem:
a-) Discorra sobre o contexto de surgimento e o significado da expressão “choque de civilizações”.

A expressão “choque de civilizações” adquiriu grande repercussão no contexto de incertezas da Nova Ordem Mundial, logo após o fim da Guerra Fria (1947-1991), quando o mundo se deparou com a eclosão de conflitos isolados, motivados por rivalidades étnico- religiosas e culturais, contidos em sua maioria por regimes totalitários, como na ex-União Soviética e na antiga Iugoslávia. Em particular, essa “chave” de interpretação do novo quadro das relações internacionais emergente da implosão soviética adquiriu grande notoriedade com a publicação da obra. O choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial, do economista estadunidense Samuel P. Huntington, em 1996. Defende-se nela que o futuro da humanidade poderá ser determinado pelo confronto entre diferentes civilizações, com a adesão a religiões e características culturais comuns.

b) Aponte, ao menos, duas críticas que são dirigidas à teoria do “choque de civilizações”.
A teoria do “choque de civilizações” possui limitações quando contraposta à realidade geopolítica mundial, expressando uma visão reducionista diante das verdadeiras causas de muitos conflitos em curso.  A tese de Huntington (Edward Said, Noam Chomsky, John Esposito, entre outros), pois vinculam os conflitos à imposição de um modelo geopolítico e econômico controlado pelos países ricos e suas corporações (disputa por recursos vitais, por exemplo, como o petróleo).

2-) Enem 2003 – Segundo Samuel Huntington (autor do livro O choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial), o mundo está dividido em nove “civilizações”. Na opinião do autor, o ideal seria que cada civilização principal tivesse pelo menos um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Sabendo-se que apenas EUA, China, Rússia, França e Inglaterra são membros permanentes do Conselho de Segurança, e analisando, pode-se concluir que:
a) Atualmente, apenas três civilizações possuem membros permanentes no Conselho de Segurança.
b) O poder no Conselho de Segurança está concentrado em torno de apenas dois terços das civilizações citadas pelo autor.
c) O poder no Conselho de Segurança está desequilibrado, porque seus membros pertencem apenas à civilização ocidental
d) Existe uma concentração de poder, já que apenas um continente está representado no Conselho de Segurança.
e) O poder está diluído entre as civilizações, de forma que apenas a África não possui representante no Conselho de Segurança.

Choque das Civilizações
Samuel Huntington, famoso expert das relações internacionais, se posiciona no contrapé do idealismo. Ele alerta para o risco de um choque entre oito civilizações que não partilham os mesmo valores, e notadamente entre as civilizações ocidental, islâmica e confuciana (as cinco outras, de acordo com ele, seriam: a latino-americana, a africana, a hindu, a eslavo-ortodoxa e a nipônica).
Otimistas, universalistas e mundialistas ficaram escandalizados. Huntington considera-os ingênuos. Seus opositores o acusam de induzir ao confronto, de formular uma "profecia autorrealizadora", quando, ao contrário, o que ele pretende é advertir. Os realistas não acreditam em uma aliança Islã-China antiocidental.
Desde então, tudo acontece como se – embora declarando rejeitar a "teoria" do choque de civilizações – um grande número de ocidentais, na esteira da administração Bush e dos neoconservadores, partilhasse do pensamento de Huntington e dele tirasse conclusões bem particulares.
Os praticantes do Islamismo fundamentalistas têm uma posição igualmente radical e, como fizeram os cristãos por muito tempo, dividem o mundo entre fiéis e infiéis.
Outros ocidentais, bem como os muçulmanos moderados, negam tal perspectiva (essa "teoria") em nome do universalismo, mas, sobretudo, porque ele os preocupa.
Outros, por fim, estimam que o choque Islã-Ocidente, ao contrário, é um risco sério devido às minorias fanáticas e a uma profunda ignorância mútua que predispõe à desconfiança. Estes não combatem a "teoria", mas tentam afastar o risco e neutralizar os conflitos, propondo, para começar, a paz no Oriente Médio e preconizando o diálogo.
Fonte: Atlas do Mundo Global (adaptado).
Com a globalização hoje podemos encontrar hindus, confucionistas, ortodoxos, etc. em praticamente todos os países do mundo. De fato, embora as concentrações geográficas sejam evidentes, as civilizações são maiores e mais complicadas do que isso. Em verdade estão espalhadas pelo mundo todo de maneira ideológica e histórica não respeitando muito fronteiras nacionais



Como funciona o choque de civilizações
Autor:  Sílvio Anaz

religião tem um papel preponderante nos principais conflitos do mundo contemporâneo, mais importante do que as disputas entre os grandes sistemas político-ideológicos. Em vez do embate entre democracia liberal e comunismo, que marcou boa parte do século 20 durante a Guerra Fria, emerge um confronto entre os sistemas sociais e culturais baseados no Islamismo e os fundamentados nas religiões judaico-cristãs. Essa ideia faz parte de uma polêmica tese que ganhou força no começo do novo milênio em função dos ataques terroristas do 11 de setembro de 2001.
Chamada de "choque de civilizações", essa tese foi levantada e defendida pelo cientista político norte-americano Samuel Phillips Huntington em 1993, num artigo publicado na conceituada revista "Foreign Affairs". Num momento de otimismo do liberalismo, com o fim da União Soviética e o desmantelamento dos principais regimes socialistas e de consolidação da absoluta superioridade militar e econômica dos Estados Unidos, Huntington enxergou um horizonte pessimista, no qual haveria um declínio da hegemonia ocidental e a religião assumiria um papel até então reservado às grandes ideologias.
Para os defensores da ideia do confronto entre civilizações, o terrorismo internacional associado ao Islamismo que surgiu no início do século 21 serviu para confirmar a análise de Huntington, que foi considerada premonitória por ter sido escrita quase que uma década antes. Mas muitos estudiosos discordam dessa ideia. Os críticos da tese do "choque de civilizações" argumentam que há muitas imprecisões e contradições nas ideias de Huntington, a começar que não é tão simples assim definir o que são civilizações.

Quem foi Samuel Huntington

Nascido em Nova York, em 1927, Samuel Philips Huntington graduou-se pela Universidade de Yale, fez mestrado na Universidade de Chicago e obteve seu doutorado pela Universidade de Harvard. Especialista em política americana e internacional, relações internacionais e nas transformações modernizadoras da sociedade, Huntington trabalhou como consultor de várias agências governamentais norte-americanas, foi diretor do Instituto para Estudos de Guerra e Paz da Universidade de Columbia e diretor de vários centros de estudos da Universidade de Harvard. Suas pesquisas resultaram em vários livros sobre estratégias de segurança nacional, organizações transnacionais, governabilidade nas democracias, processos de democratização e comparações entre os governos dos Estados Unidos e da União Soviética, entre outros assuntos. Huntington morreu em 2008.


SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
GEOGRAFIA DAS RELIGIÕES

O que é tolerância religiosa e etnocentrismo?
 Três principais religiões monoteístas (cristianismo, islamismo e judaísmo)

Indagar se os alunos já vivenciaram ou constataram intolerância religiosa em seus espaços de convívio, se assistiram na televisão ou leram notícias a respeito em jornais e revistas ou em sites da internet.

Religião é um conjunto de crenças e filosofias que são seguidas, formando diferentes pensamentos. Cada religião tem suas diferenças quanto a alguns aspectos, porém a grande maioria se assemelha em acreditar em algo ou alguém do plano superior e na vida após a morte. Entre a grande quantidade de religiões existentes hoje no mundo, existem aquelas que se sobressaem e conseguem conquistar um grande número de fiéis.
A difusão dessas religiões ocorreu a partir da Ásia, centro difusores das três maiores religiões do mundo em número de fiéis na atualidade: o cristianismo, o islamismo e o hinduísmo.
O surgimento do cristianismo – ocorrido por volta do último milênio a.C. – e do islamismo – ocorrido a partir do século VII d.C. Ambos foram difundidos a partir do Oriente Médio, porção oeste do continente asiático. São:
- Cristianismo: É a maior religião do mundo. É monoteísta e se baseia na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré.

- O islamismo conta, atualmente, com cerca de 1,3 bilhão de seguidores e que foi fundado pelo profeta Mohammed (Maomé) há 1 400 anos no território que hoje corresponde à Arábia Saudita é a segunda maior religião do mundo em número de fiéis e vem apresentando um aumento expressivo de adeptos (cerca de 15% ao ano), sendo a que mais cresce no mundo. As maiores populações islâmicas se encontram não no Oriente Médio, onde a religião surgiu, mas em outras partes da Ásia.
Muçulmano é todo aquele que segue o islamismo, que é uma religião monoteísta baseada no Corão ou Alcorão, o livro sagrado do Islã, considerado como a palavra de Deus revelada a Maomé, na Suna e no Hadith.
Já o termo Islã vem do árabe e significa “submissão” (ao desejo e à orientação de Deus), tem suas raízes etimológicas assentadas na ideia de salam (paz) e é também utilizado para designar o conjunto dos povos de civilização islâmica que professam o islamismo.

-Hinduísmo: É a terceira maior religião e a mais velha do mundo. A religião se baseia em textos como os Vedas, os Puranas, o Mahabharata e o Ramayama e é politeísta.

-Budismo:  Ocupa o quinto lugar. É uma religião e uma filosofia que se espelham na vida de Buda. Este não deixou nada escrito, porém seus discípulos escreveram acerca de suas realizações e ensinamentos para que seus posteriores fiéis pudessem conhecê-lo.

-Judaísmo
O judaísmo é a mais antiga entre as três grandes religiões monoteístas e a que apresenta o menor número de fiéis.  Dos cerca de 13 milhões de judeus existentes no mundo, atualmente as maiores comunidades judaicas se concentram na Europa (a maior delas encontra-se na França), e que a maioria
dos judeus vive em Israel e nos Estados Unidos.
O judaísmo,  não ser uma religião missionária e o fato daqueles que se convertem devem observar os preceitos da lei judaica (a Torá), interpretada como a orientação de Deus por meio das escrituras. A
Torá ou a Bíblia hebraica é chamada pelos cristãos de Velho Testamento, reunindo principalmente os cinco primeiros livros da Bíblia cuja autoria é atribuída a Moisés, o chamado Pentateuco. Em cada sinagoga, ao menos uma cópia da Torá em hebraico é conservada sob a forma de pergaminho.
Em circunstâncias variadas são encontrados no Talmud, um compêndio da lei.
Os judeus possuem uma forte ligação com Israel (Estado criado pela partilha da ONU, em 1947, e fundado efetivamente em 14 de maio de 1948), situado em terra considerada prometida por Deus a Abraão, e também com a cidade de Jerusalém, considerada sagrada.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
A QUESTÃO ÉTNICO-CULTURAL

Litígios fronteiriços na América do Sul.
- Equador/Peru: as elites peruanas mantêm uma velha disputa com o Equador, baseada na conformação da Audiência de Quito, que deu lugar ao Equador, e do Vice-Reino do Peru na época colonial. A reivindicação das elites equatorianas é que o Equador deveria ter acesso à região amazônica. Essas disputas não são somente de caráter diplomático e já desembocaram em um confronto bélico. O Protocolo do Rio de Janeiro, de 29 de janeiro de 1942, pôs fim ao conflito fronteiriço, mas o Equador perdeu boa parte de suas terras amazônicas.
- Chile/Argentina: na década de 1970, Chile e Argentina tiveram um conflito decorrente da definição da zona austral, mais especificamente pelo Canal de Beagle. Esse conflito foi resolvido a favor do Chile, com intermédio da Santa Sé, pelo Tratado de Paz e Amizade, assinado na Cidade do Vaticano em 20 de fevereiro de 1978.
Conflitos iniciados no final do século XIX, e que ainda motivam instabilidades regionais, envolvendo alguns  países , o Chile apresentou problemas fronteiriços com Argentina, Bolívia e Peru. Com Bolívia e Peru, o Chile mantém uma disputa histórica datada de 1879, quando as três nações protagonizaram a Guerra do Pacífico, vencida pelo Chile. Nessa disputa, a Bolívia perdeu o território de Antofagasta para o Chile ficando, portanto, sem acesso ao Oceano Pacífico. No mesmo confronto, o Peru perdeu as zonas de Arica e Iquique para o Chile. Entre 1932 e 1935, deu-se a Guerra do Chaco, entre Bolívia e Paraguai. A Bolívia foi derrotada e cedeu ao Paraguai parte de seu território, chamado Chaco Boreal.

Movimentos de independência na Europa.
-Irlanda do Norte: apesar de ter havido um acordo de paz em 1998, ainda existe um movimento remanescente do conflito de base religiosa entre católicos e protestantes.
-País Basco: da assinatura de um acordo de paz entre o grupo separatista ETA e o governo espanhol, ainda existe um movimento remanescente que busca a independência do País Basco.
-Kosovo (conflito separatista kosovar): os graves conflitos internos ocorridos no Kosovo decorrentes da não aceitação, por parte da Sérvia, do estatuto de autonomia plena kosovar, mediado pela ONU. As negociações sucederam-se entre 2006 e 2007 e, sem haver acordo, em 17 de fevereiro de 2008, a Assembléia do Kosovo declarou independência, que foi reconhecida, até agora, por mais de cinquenta países. Porém, a Sérvia continua a rejeitar a independência e, no ano de 2009, o governo sérvio solicitou ao Tribunal Internacional de Justiça (ligado à ONU) uma verificação jurídica sobre a legalidade do direito internacional da declaração de independência do Kosovo.

Continentes que apresentaram o maior número de conflitos no século XX foram à África e na Ásia.

                                             A partilha da Palestina,
A partilha da Palestina,  proposta pela ONU em 1947 e instituída em 1948, criaria dois Estados: o de Israel e o da Palestina.
Com cerca de 14 mil km², o Estado de Israel (Estado judeu) seria composto pela faixa de terras entre Haifa e Tel Aviv na porção oeste, pela Galileia Oriental e pela porção de terras correspondente ao deserto de Neguev.
Já a Palestina (Estado árabe), teria 11,5 mil km² e seria formada pela Cisjordânia, Faixa de Gaza
e Galileia Ocidental. A cidade de Jerusalém, tida como centro religioso para as populações dos dois Estados e da comunidade cristã, seria considerado área internacional.

 Modificações de fronteiras ocorridas na região da Palestina após a primeira guerra entre árabes e israelenses, em 1948-1949.
A primeira guerra entre árabes e israelenses durou até janeiro de 1949, quando Israel ocupou toda a Galileia e o deserto de Neguev, ampliando sua área original em mais de 50%. De fevereiro a julho de 1949 foram assinados acordos de armistício sem a concretização de um tratado de
paz para a região. Como resultado desses acordos, uma parte do que seria o Estado árabe da Palestina foi anexada a Israel e a outra parte, correspondente à Cisjordânia, foi anexada à Transjordânia, que mais tarde se tornaria o Reino Hachemita da Jordânia. A Faixa de Gaza passou ao controle egípcio. Jerusalém foi dividida, ficando a parte oriental sob administração jordaniana, e a parte ocidental sob administração israelense.

Em 1967 iniciaram-se mais um conflito na região: a Guerra dos Seis Dias. Resultante de mais um confronto entre as nações árabes e Israel, a guerra representou um fulminante ataque
israelense que acabou por conquistar Gaza, toda a Península do Sinai (pertencente ao Egito), a Cisjordânia (pertencente à Jordânia) e as Colinas de Golã (pertencentes à Síria).


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